Um problema que vai além do meio ambiente
Vivemos uma crise de consumo que ultrapassa os limites da natureza e atinge o próprio ser humano. A poluição causada pela indústria da moda é apenas a face visível de um desequilíbrio mais profundo — que envolve valores, relações e o modo como nos desconectamos do essencial.
Inspirado pela Teologia Trilógica, este artigo propõe uma reflexão sobre a sustentabilidade que une corpo, mente e espírito, a partir de um olhar estético e terapêutico sobre o vestir.
O impacto invisível da Fast Fashion
É alarmante o cenário das toneladas de roupas descartadas diariamente no mundo. Quem de nós não se sente tentado pelas vitrines — físicas ou digitais — que prometem novidades constantes e preços baixos?
Essa lógica de consumo acelerado enche os guarda-roupas e os lixões: roupas bonitas e em bom estado acabam sendo jogadas fora. O ciclo se repete — a indústria cresce à custa da exploração de
trabalhadores em países como Bangladesh e Índia, da poluição de rios e solos, e da fabricação de peças com qualidade cada vez mais baixa, feitas para durar pouco.
Estima-se que mais de 90 milhões de toneladas de resíduos têxteis sejam geradas anualmente no mundo — e apenas uma pequena parte é reciclada ou reaproveitada.
O que perdemos quando deixamos de costurar
Para encontrar alternativas reais, é inspirador voltar o olhar para o passado. Nossas avós e bisavós sabiam costurar, adaptar e transformar roupas. Havia um senso de cuidado, de beleza e de
pertencimento. As peças duravam mais, eram únicas e carregavam histórias.
Hoje, muitas vezes, consideramos esse hábito ultrapassado. No entanto, o que parecia “primitivo” era, na verdade, profundamente sustentável e humano. Retomar essas práticas é resgatar não apenas um ofício, mas também uma forma de vida mais simples, criativa e conectada ao bem.
“O ato criativo é um ato espiritual, pois nasce do desejo de unir o belo, o bom e o verdadeiro.”
— Norberto Keppe, no livro Teologia Trilógica
A moda como caminho de autoconhecimento e espiritualidade
Aprender a costurar, reformar e personalizar roupas é um exercício que transcende a técnica.
Desenvolve a habilidade manual, estimula a criatividade, aumenta a autoestima e nos reconecta com o valor do que usamos e criamos.
Essas ações práticas têm impacto direto na qualidade de vida e até na vida espiritual, pois envolvem consciência, beleza e responsabilidade. São expressões concretas do Método Terapêutico de Keppe e Pacheco, que mostra como o fazer artístico pode curar, equilibrar e transformar a pessoa de dentro para fora.
Transformações reais na Academia de Artes
Nos cursos de Moda, Design e Costura das Faculdades Trilógicas e da Academia de Artes, as professoras Lurdes Alcaide e Päivi Tiura testemunham histórias de transformação.
Através das aulas fundamentadas no Método Terapêutico de Keppe e Pacheco, os alunos redescobrem talentos esquecidos, aprimoram sua expressão pessoal e encontram um novo sentido para o trabalho e para a vida.
“Muitos alunos relatam melhora nas relações familiares, no desempenho profissional e até na saúde emocional. O simples ato de costurar torna-se um exercício de autoconhecimento e equilíbrio interior.” — Professora Lurdes Alcaide
Costurar o futuro com consciência
A incorporação desses valores nas práticas criativas representa mais do que uma mudança estética — é um movimento de elevação de consciência, que transforma indivíduos e comunidades.
Quando o ser humano reencontra o valor do belo, do útil e do duradouro, ele colabora para uma sociedade mais justa e sustentável. Assim, o resgate das tradições na moda, iluminado pelos princípios da Teologia Trilógica e do Método Terapêutico de Keppe e Pacheco, torna-se um verdadeiro caminho de cura — para o planeta e para a alma.
“Sustentabilidade é espiritualidade em ação — é costurar o mundo que queremos, com as mãos, o coração e a consciência.”





