Transcrição do áudio:
Temos de ver com muito cuidado as questões de emoção e razão: 1º) reconhecendo que amor é diferente do que chamam geralmente de emoções — que se trata mais de sentimentos neuróticos: inveja, raiva, ciúmes e rancores; 2º) que a razão foi sempre, como continua a ser, o equilíbrio e a finalidade da existência; 3º) que atualmente o homem dirige sua vida quase inteiramente por essas emoções doentias, e ainda querendo acreditar que é pelo amor!
A filosofia em geral não conseguiu ainda trabalhar com a razão, devido à dificuldade que o ser humano sempre teve de conhecer os seus movimentos afetivos; desse modo, grande parte
do que foi chamado de filosofia, não foi nada mais do que a manifestação dos sentimentos neuróticos. Posso de imediato citar Nietzsche que estabeleceu um “sistema de pensamento” retirado inteiramente de suas emoções; por esse motivo, foi tão incongruente em seus argumentos; de certo modo, posso afirmar o mesmo de Hegel.
Livro: A Libertação pelo Conhecimento. Publicado em 1991 por Norberto Keppe.
Locução: Celso de Andrade