Sobre a Festa do Divino

A origem da Festa remonta às celebrações realizadas em Portugal a partir do século XIV, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes coletivos designados de Bodo aos Pobres (será distribuído 3000 refeições este ano) marcados pela esperança na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade, prosperidade e abundância para todos.

Sendo declarada Patrimônio Cultural do Brasil, as festas do Divino em Cambuquira tem sido organizadas desde 2004 pelo Instituto Keppe & Pacheco de Trilogia Analítica e o Grande Hotel Trilogia.

As atividades das Festas buscam vivenciar projetos práticos trilógicos para a realização do ideal do 5º Império Lusófono.

Uma das características da festa é a distribuição farta de alimentos para todo o povo: símbolo da abundância de recursos materiais e distribuição equitativa que haverá no reino da Terceira Idade. O famoso “bodo”, o sopão distribuído para todo o povo era preparado com a ajuda pessoal da Rainha Santa Isabel, que liderava os trabalhos das cozinheiras.

O ato principal das Festas do Divino consistia na coroação simbólica de um Imperador, que não deve ser confundido com os imperadores tradicionais, como os do Império Romano ou Carolíngeo (de Carlos Magno). Marcando bem esta diferença fundamental, o coroado nas festas é um inocente menino, ou um pobre do povo.

De preferência, um inocente menino pobre do povo. Segundo António Quadros:

“O Império do Espírito Santo tal como anunciado no mistério da Coroação, não é em suma um império de fora para dentro, um império sociocrático ou autocrático, mas um império de dentro para fora (…) um império (…) que é a conversão dos cristãos, também como cidadãos e homens sociais, à luz, à verdade e à vida que veio trazer Jesus Cristo no seu exemplo e paixão e que o Espírito Santo transmite aos que o invocam com o coração puro, bem assim como, ao mesmo tempo, a conversão de todo o mundo em sua variedade de crenças de culturas e de civilizações, sem perda do próprio de cada uma. “(…)

“O Quinto Império é um império (…) irrealizável por simples coroação, herança, lei, ditadura ou partido, por parte de grupos oligárquicos, classes políticas ou revolucionários voluntaristas. Não é o rei que é coroado imperador, nem sequer a autoridade local ou bispo ou o sacerdote paroquial. É o pobre, é a criança, é o que visivelmente está carenciado da plenitude de ser humano pela condição social ou pela idade.” (110)

No ato da coroação, o menino vinha rodeado por cinco personagens, representando o Homem Universal, ou a sociedade humana no seu conjunto: um homem velho, uma mulher velha, um homem novo, uma mulher nova e outro menino, que seria coroado no ano seguinte.
A Coroa, fechada e encimada por uma pomba, é o símbolo tradicional do Divino Paráclito. O ritual da Coroação e as festas indicam, de acordo com algumas interpretações, a subordinação das ideias, das classes e das forças numa fidelidade não à Igreja institucional, mas ao Evangelho Eterno.

De acordo com alguns autores, a pessoa coroada é, por assim dizer, o profeta do Império do Espírito Santo de amanhã. Para Quadros, “(nela) se representam os bem-aventurados, isto é, os pobres em espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça, os insultados e caluniados, que exaltou Jesus no Sermão da Montanha”. (111)

Outros autores consideram que o menino coroado simboliza o Espírito Santo (de Cristo) que volta para ser e viver como uma criança, conforme Jesus disse: “se não fordes como uma criança não entrareis no reino de meu Pai”.

Por ordem do Menino Coroado do Divino, libertavam-se os presos da cadeia, como símbolo de uma sociedade pacífica e sem crimes. Ao longo do tempo, houve modificações.

De início, libertavam-se os presos. Depois, só os que tinham pouca pena a cumprir. Chegou-se, posteriormente, à libertação simbólica de um ator no lugar do preso (como ainda é feito em Parati, no Rio de Janeiro e em outros lugares no Brasil). De acordo com alguns historiadores, em festas realizadas na Amazônia ainda se libertam os presos verdadeiramente.

Numa linguagem keppeana, a Terceira Idade caracterizar-se-á por uma libertação do ser humano tanto de sua psicopatologia (vontade invertida, principalmente) quanto da sociopatologia (pela correção das leis, para uma sociedade mais justa).

Dinis instituiu a festa de tal modo que os nobres e poderosos presentes acompanhavam a cerimônia sem se distinguir do povo, comendo à mesma mesa com este, como símbolo do desejo de uma sociedade sem classes.

Consta que o próprio rei D. Dinis e sua esposa iam a essas festas comportando-se como qualquer dos presentes e que a Coroa do próprio rei era usada na coroação do imperador, nas primeiras festas.

“Em festividades antigas portuguesas ou estrangeiras não havia qualquer referência a Imperador, Império, Coroa, Coroação ou Pomba Simbólica, sendo uma originalidade criada pelos reis autores do Projeto Áureo”. (112)

A Festa do Divino Espírito Santo, realizada pela primeira vez em Alenquer, Portugal, em 1296, pelos seus idealizadores, o rei D. Dinis e a Rainha Isabel, foi levada pelos portugueses, séculos depois, a diversas nações. Entretanto, foi no Brasil e nos Açores que ela implantou-se de modo soberano.

A encenação pública em forma de festa, realizada diretamente pelo povo, foi o caminho escolhido pela Rainha de Portugal, e pelo rei D. Dinis, poeta e dramaturgo, para passar a mensagem da 3ª Idade (do Espírito Santo).

A Festa do Divino Espírito Santo realiza-se atualmente em Tomar, antiga capital dos templários em Portugal.Os cestos (tabuleiros) com alimentos simbolizam a abundância que haverá no Reino do Espírito Santo.

Desse modo, a celebração, que acontecia nas ruas uma vez por ano, durando muitos dias seguidos, tinha um caráter aristocrático, mas, ao mesmo tempo, popular. A Igreja ocupava propositalmente posição secundária na realização dessas festas, não havendo nas encenações a participação de qualquer religioso.

O principal motivo disso eram os conflitos e atritos constantes, já mencionados, entre o rei de Portugal e parte do clero. Ademais, não se justificava que uma festa em louvor da Terceira Idade fosse conduzida por representantes clericais da Segunda.

A Associação Stop a Destruição do Mundo organiza, desde 2004, as Festas do Divino em Cambuquira no sul de Minas Gerais, como parte da ação social de seus associados. Esta festa que já envolve milhares de habitantes da cidade e de indivíduos vindos de diversas partes do Brasil e do mundo, comemora o projeto do divino que é realizado o ano todo com os habitantes da apelidada Aldeia do Divino. A intenção é a de conseguir trabalho, teto, vestuário, alimento, educação, arte e saúde para todos os habitantes da cidade.

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